Arte Xávega

A Arte Xávega é um tipo de pesca que se encontra em vias de extinção.
Atualmente, na costa Portuguesa, são muito poucas as pessoas que se dedicam a esta faina e nestes casos, as juntas de bois foram substituídas pelos tratores e a força dos braços sobre os remos, pelos motores.

O regresso da faina
É um tipo de pesca de arrasto em que o barco sai de terra. É empurrado por tratores pela praia abaixo até que entra na água. Deixa uma das pontas da rede em terra, atualmente ligada a um trator, e saí para o mar navegando contra a rebentação com perícia e mestria. Atualmente, a força dos braços nas remadas, foi substituída por motores adaptados aos barcos tradicionais. Passada a rebentação, embrenha-se pelo mar dentro até quase se perder de vista, largado lentamente as redes na esperança que elas se encham de peixe. Regressa depois à praia, cruzando novamente a zona de rebentação, até a areia o parar. Depois é rebocado, por outros tratores, para o cimo da praia e longe do mar, enquanto a outra ponta da rede começa a ser puxada por um trator (já não há juntas de bois como antigamente).
Aqui começa a técnica do arrasto. As duas pontas da rede são lentamente puxadas até que a rede e o seu saco são arrastados até à praia, cercando os cardumes de peixe que encontram pelo caminho e a esperança de um "BOM LANÇO".

o peixe
Mas a faina não termina aqui … ainda existem muitas tarefas para realizar até que o barco esteja novamente preparado para nova faina.
Alguns dedicam-se à separação das diferentes espécies de peixe capturadas e à sua colocação em caixas preparadas para seguirem para a lota, por entre algumas dezenas de populares.

as redes
Outros dedicam-se à colocação das redes no barco. Este é um processo que tem que ser muito cuidadoso pois, depois já no mar, a rede tem que ser deitada ao mar sem se enrodilhar e de forma a que toda ela se abra.
Outros dedicam-se ao trabalho meticuloso das pequenas reparações das redes.
Para os pescadores desta arte há duas épocas no ano: - de Novembro a Março, altura em que os homens ficam em terra a preparar as redes com a sua própria técnica e se dedicam a outras atividades (como a agricultura, construção civil e outros tipos de pesca); - de Abril a Outubro, quando se juntam cerca de 15 homens, alguns dos quais vão ao mar (normalmente 8), enquanto outros ficam em terra a estender as redes para o próximo lanço, a escolher o peixe do lanço anterior, entre outras tarefas.
Este tipo de pesca depende do tempo, das marés e da afluência do peixe. Em ocasiões de abundância, a sua atuação não costuma exceder 4 a 5 lanços diários no verão e 1 a 2 lanços no inverno.
A utilização de novos mecanismos, tais como os tratores e os motores a bordo, para facilitar a árdua tarefa de puxar as redes, está a levar á perda de algum tipicismo da arte Xávega.
O termo xávega deriva do árabe xabaka, que significa rede. O termo xávega é usado tanto para definir rede para a pesca de arrasto como o próprio barco (de fundo chato) que transporta a rede para o lanço. A denominação de Artes de Xávega é por isso usada para se referir ao ofício da pesca de cerco de arrasto para terra de forma tradicional.

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