![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoiN7V0jdRKU2B-6lMtOlY_9WQbIitP8QbhfHQ1lQJsxrSNuOSmf5cKil19Hd6MG0otDZk0MbTw9BrJEiLWRnX9c33LSQREGiBjJyi4tZxuR7_DAUsP1N9JsApTOB-TZdpkrmKLA/s320/irving10.jpg)
O fotógrafo norte- americano Irving Penn, um dos maiores nomes da história da fotografia, morreu no passado, dia 07 de Outubro em Nova York, aos 92 anos. A causa da morte não foi revelada. Penn é autor de retratos definitivos de algumas das maiores personalidades do século 20, como Pablo Picasso, Martha Graham, Igor Stravinsky, Marlene Dietrich, Tennessee Williams e Miles Davis. Além dos retratos de grandes nomes da arte, Penn também fez importantes trabalhos na área de moda (publicou em revistas como a Vogue e a Harper’s Bazaar) e experimentos em naturezas mortas. Seu período mais produtivo foi nas décadas de 1940 e 1950. Nessa época, revolucionou a fotografia de moda ao colocar as modelos diante de uma simples parede de cor discreta e uniforme. Mais do que isso, ousou dispensar os grandes aparatos de iluminação da clássica fotografia de moda (e também das imagens das estrelas de Hollywood), revalorizando a luz natural e a sensualidade dos seus efeitos na pele humana.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGadIablSSZjW9zb4wyLoIcCOX6hI4jppEo3kB76IWFp_akTxlgh2UkDpfdKBETAc-3vZaCyUtivQtk2bRLWK8b32RWcvaHfR4TEOhucSiVL_-5jlVkdNt-Zl6Bm_XgEw4g8ArUg/s200/irving7.jpg)
A paixão pelo concreto — dos corpos e de todas as matérias — levou-o a praticar regularmente a natureza morta, quase sempre combinando, em arranjos hiper-elaborados, materiais "mortos" (peças de metal, máquinas, etc.) com frutos e elementos vegetais. Para a Vogue, assinou espantosas fotografias de entidades da vida prática — legumes e diversos condimentos gastronómicos, bâtons, caixas de cremes de maquillage, etc. — que tratava como verdadeiras e monumentais peças escultóricas.
Por certo a partir de tais pressupostos, a partir do começo da década de 70 começou a recolher nas ruas pontas de cigarros para as fotografar no seu estúdio, apresentando-as depois em retratos gigantes, desafiando todas as proporções humanas — essa série constitui uma das mais eloquentes expressões de uma atitude eminentemente pop em que a reconversão formal dos detritos celebra uma visão funcional e descomplexada da arte, ao mesmo tempo valorizando o seu papel político de intervenção contra os efeitos correntes do consumo.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaxVcljbsePZmLu-A4GoSk5e3lcvq0yb5iD6xFlrIqsdYKgb8wQjEyqfN9WQdiH3vABkbnkJcWoio5gOOqLpxv6UQ4EiOAUWDGoJ4IafA44eqOkbGNVU_Nu2vCmHGnc-WWuDB6Sg/s200/woman-with-roses-on-her-arm_1950.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOYc2LbntqNqMKMaAd6xQ9GNsH2SBxoe6NCr7BbB4WoYMdtn9LBr1EUXNLS7JWxBuDa4RU6pUpA8I1UB2asrEWEpvsFb8ezmD1es-jLxi8s9AQNjjsbMcUhKgRO71IB6SnxCNAWw/s200/131_001.jpeg)
Em boa verdade, nos seus muitos gestos revolucionários, Penn foi um primitivo que acreditou na fotografia como uma tarefa ciclópica, não de "reprodução" do mundo, antes de metódico confronto com o desejo que os objectos e os seres inscrevem nos nossos olhos.
Comentários