Os barcos moliceiros são um dos emblemas da Ria de Aveiro.
Em forma de meia-lua têm mastro e leme de grandes dimensões.
A construção dos barcos moliceiros é uma indústria tradicional que apenas existe nesta região, especialmente nos concelhos da Murtosa e Ílhavo. Trata-se de uma profissão que passa de pais para filhos.
O comprimento total é cerca de 15 metros, a largura de boca 2,50 metros.
Nada se esquece no interior deste pequeno barco. O castelo da proa é coberto e fechado com porta e chave, serve de câmara de tripulantes e paiol de mantimentos. A cobrir as duas primeiras cavernas de água, há um estrado ao mesmo nível do piso da câmara, que tem a função de lareira e onde os tripulantes preparam e comem as refeições. O castelo da ré é preenchido por um espaço, em que se guarda o barril da água, as forcadas e as tamancas e é coberto por uma tampa móvel, que serve de assento ao arrais.
O seu pequeno calado permite-lhes mover-se nos canais menos fundos, sendo, nessas circunstâncias, movido à vara. Navega em pouca altura de água. O castelo da proa é coberto. Como meios de propulsão usa uma vela, a vara e a sirga.
A vela é geralmente de lona, com a superfície de 24 metros quadrados, içada num mastro de altura aproximada de 8 metros. É assim bastante alto para poder colher vento, em todas as circunstâncias, que por vezes sopra. O meio de propulsão da “vara” é de 4 a 6 metros de comprimento, que firmam no fundo dos canais e empurram a peito, em repetidos percursos, desde a proa até próximo da ré. A “sirga” é um cabo de sisal, ou nylon que se utiliza na passagem dos canais mais estreitos ou junto às margens, sempre que o barco navega contra a corrente ou contra o vento. Uma das extremidades da sirga é amarrada aos golfiões e a outra tem-na o tripulante, que segue a pé pela margem, puxando o barco.
Destinavam-se à colheita e transporte de moliço (vegetação da Ria, utilizada para fertilizar os campos agrícolas), sendo hoje uma atracção turística. Moliço é o nome vulgar para designar, sem distinção de espécies, as plantas que constituem a vegetação submersa da ria, designando-se por apanha do moliço a actividade que se desenrola em seu torno. É de salientar que o termo moliceiro não se refere apenas à embarcação, designando também o seu utilizador.
Uma das características destas embarcações é a sua riqueza em termos decorativos, quer na proa quer na popa, sendo profusamente utilizados os elementos marinhos e rurais, assim como cenas românticas ou religiosas, sendo ou não tratadas de forma humorística. Os temas vão do popular ao satírico, do religioso ao brejeiro...
De igual modo, é característica a presença de uma legenda em cada moliceiro, dizeres de carácter único e cheios de graça, tendo como limite apenas a imaginação do seu autor.
Em forma de meia-lua têm mastro e leme de grandes dimensões.
A construção dos barcos moliceiros é uma indústria tradicional que apenas existe nesta região, especialmente nos concelhos da Murtosa e Ílhavo. Trata-se de uma profissão que passa de pais para filhos.
O comprimento total é cerca de 15 metros, a largura de boca 2,50 metros.
Nada se esquece no interior deste pequeno barco. O castelo da proa é coberto e fechado com porta e chave, serve de câmara de tripulantes e paiol de mantimentos. A cobrir as duas primeiras cavernas de água, há um estrado ao mesmo nível do piso da câmara, que tem a função de lareira e onde os tripulantes preparam e comem as refeições. O castelo da ré é preenchido por um espaço, em que se guarda o barril da água, as forcadas e as tamancas e é coberto por uma tampa móvel, que serve de assento ao arrais.
O seu pequeno calado permite-lhes mover-se nos canais menos fundos, sendo, nessas circunstâncias, movido à vara. Navega em pouca altura de água. O castelo da proa é coberto. Como meios de propulsão usa uma vela, a vara e a sirga.
A vela é geralmente de lona, com a superfície de 24 metros quadrados, içada num mastro de altura aproximada de 8 metros. É assim bastante alto para poder colher vento, em todas as circunstâncias, que por vezes sopra. O meio de propulsão da “vara” é de 4 a 6 metros de comprimento, que firmam no fundo dos canais e empurram a peito, em repetidos percursos, desde a proa até próximo da ré. A “sirga” é um cabo de sisal, ou nylon que se utiliza na passagem dos canais mais estreitos ou junto às margens, sempre que o barco navega contra a corrente ou contra o vento. Uma das extremidades da sirga é amarrada aos golfiões e a outra tem-na o tripulante, que segue a pé pela margem, puxando o barco.
Destinavam-se à colheita e transporte de moliço (vegetação da Ria, utilizada para fertilizar os campos agrícolas), sendo hoje uma atracção turística. Moliço é o nome vulgar para designar, sem distinção de espécies, as plantas que constituem a vegetação submersa da ria, designando-se por apanha do moliço a actividade que se desenrola em seu torno. É de salientar que o termo moliceiro não se refere apenas à embarcação, designando também o seu utilizador.
Uma das características destas embarcações é a sua riqueza em termos decorativos, quer na proa quer na popa, sendo profusamente utilizados os elementos marinhos e rurais, assim como cenas românticas ou religiosas, sendo ou não tratadas de forma humorística. Os temas vão do popular ao satírico, do religioso ao brejeiro...
De igual modo, é característica a presença de uma legenda em cada moliceiro, dizeres de carácter único e cheios de graça, tendo como limite apenas a imaginação do seu autor.
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